Museu, Memória e Patrimônio
- História do Arroio Grande
- Patrimônios Culturais
- Rede de Museus da SECULT AG
- Museu Visconde de Mauá
- Pinacoteca Paulo Peres
- Salões de Artes Plásticas
- Memorial Basílio Conceição
- Memorial do Carnaval
- Exposições temporárias
- Exposição Permanente
- Sobre o Museu
- Temáticas para visitas escolares
- Diversidade e Representatividade
- Biografias
Memorial Basílio Conceição
O Memorial Basílio Conceição, inaugurado em 2012, é um museu que preserva bens culturais que representam a trajetória artística de Basílio Conceição, consagrado artista e músico arroio-grandense. O Memorial conta com uma exposição permanente com acervo do artista, entre eles a gaita de boca, discos, fotografias e troféus dos festivais nativistas. Em 2022 o Memorial foi reformulado, dando maior destaque para a exposição no hall do Centro de Cultura que também leva seu nome, denotando a relevância deste artista para a comunidade.
Basílio Marçal da ConceiçãoNasceu em Arroio Grande, no dia 10 de maio de 1953. Filho de Vilmar das Neves Conceição e Zilda de Almeida das Neves Conceição, sendo avós paternos Basílio da Conceição Silveira e Joana das Neves Conceição e maternos Argemiro Teixeira de Almeida e Plinia Canarin de Almeida. Seus irmãos são: Dagomar, Clarice e Henrique.
Basílio foi um menino esperto e travesso. Com 7anos iniciou seus estudos na escola “20 de Setembro”, onde cursou até a 4ª série. No Ginásio Estadual de Arroio Grande, onde hoje é o Centro de Cultura Basílio Conceição, concluiu em 1968 o Curso Ginasial e após o Curso Científico. Alistou-se no quartel em 1972, na cidade de Jaguarão, onde seguidamente era detido pelas frequentes fugas que realizava, pois não gostava de obedecer as ordens que clama a liberdade em que vivi).
Casou-se em 29 de janeiro de 1977, com Roselaine Araújo, com quem teve uma filha, Jannis Joplin Conceição.
Trabalhou no BANRISUL durante 3 anos. Não gostando da rotina de trabalho diário, buscava viver o momento presente e sentir de perto a liberdade.
Gostava do convívio dos amigos e dos encontros nos bares principalmente à noite. Em seus dias de inquietação, que junto a alguns amigos, escreveu em um pedaço de papel: “O pássaro Rodriguez, não indo mais trabalhar.
Basílio, tentou ainda dar sentido a sua vida profissional, trabalhando em uma casa bancária, na cidade de Porto Alegre, no entanto, a cada dia que passava, acentuava-se a vontade de compor e cantar músicas nativistas, já que desde muito pequeno afloravam seus dons artísticos.
Gostava de tocar violão, violino e gaita de boca, participando sempre das atividades artístico-culturais da escola e comunidade.
Evidenciam-se assim as características de músico, cantor e compositor que levaram Basílio a intensificar seus dons e potencialidades no campo da música, passando a partir daí a aparecer no cenário dos festivais de música nativista.
Basílio participou de vários momentos de integração com os grandes talentos do RS. Era um compositor que conseguia unir a beleza de suas letras com a harmonia de suas músicas. Ligado desde menino ao Movimento Tradicionalista Gaúcho, ele deixou uma obra poética musical de inestimável valor, composta de mais de 45 músicas , sendo 14 gravadas em discos de festivais nativistas, muitas delas ganhadoras de primeiros lugares e outras tantas inéditas.
Basílio levou o nome de Arroio Grande por todos os recantos do , Rio Grande do Sul, divulgando suas músicas entre elas: Uma canção para minha prenda, Vô Basílio, Vertentes, Sangria, Os Trovões de Ana Luz, Violarei, Groenlândia, Vontades e Atropelos.
Suas canções traduziam a simplicidade, a singeleza e a criatividade em cada verso, quando dizia que: “Não importa quantos ventos vão soprar, nem quantos irão ouvir minhas canções. A mim me bastam as estradas, as estrelas, o meu pingo e a guitarra para ouvir o meu cantar.”
Muitos troféus marcaram a vida artística de Basílio de um modo tão animador, que levaram o compositor a sonhar com a gravação de seu 1º disco VIOLAREI, que foi lançado em 1992, graças ao esforço e dedicação dos familiares e amigos. Morando no Cassino podia admirar o mar, que era uma de suas grandes paixões, já que sentia uma atração enorme pela liberdade que as ondas lhe transmitiam. Sentado à beira do mar sentia-se muito feliz.
Basílio usava as suas canções temas como: amor, paixão, ecologia, a natureza e o homem do campo numa variação de ritmos e estilos que fizeram dele uma personalidade digna de respeito e admiração.
Basílio morreu tragicamente na madrugada do dia 5 de abril de 1990, quando viajava para a casa do Cassino depois de uma intensa noite de trabalho, quando definia as músicas e os intérpretes para seu 1º LP – rico em interpretações, arranjos instrumentais e vocais criativos, aliado a execuções musicais impecáveis – o disco registra a verdadeira obra de Basílio Conceição que ficará para sempre no eco do pampa, tão exaltada pelo compositor e que tão bem soube e sabe até hoje receber sua voz.